O labirinto é o "locus" recorrente em muitas mitologias e criações literárias, musicais, enfim, artísticas. Uma das mais famosas referências é o labirinto no qual vive o monstro antropófago Minotauro. Uso o verbo viver no presente porque a Mitologia é a linguagem simbólica pela qual o inconsciente se manifesta independente do tempo e do espaço.
A lenda do Minotauro é a manifestação do drama humano que gira em torno do conflito entre a matéria e a transcendência. O monstro é a nêmesis de Poseidon, o deus dos Oceanos e do reino transpessoal ou espiritual, por causa da 'hubris' do rei pré-helênico.
Segundo o filósofo Eric Voegelin, a mentalidade revolucionária como sintoma da Gnose, ou heresia anti-cristã, pode ser definida como a "imanentização do schaton", ou o projeto de fazer do mundo um paraíso, uma Utopia revolucionária que se originou em meados do século XIII e aumentou, num efeito "bola de neve", nos últimos séculos, principalmente com a Revolução Francesa.
Construir um paraíso terrestre pela esforço humano, utilizando-se da razão, como os positivistas defendiam junto com os revolucionários jacobinos, é uma 'hubris' que, inevitavelmente, atrairá a nêmesis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário