sexta-feira, 30 de novembro de 2012

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Uma gota de sangue - Demétrio Magnoli fala sobre a história do pensamento racial 1/3
Como Lula prejudica o Brasil 
Quem é Lula (12-10-2011)
O MITO LULA, A ERA DO FASCISMO NO BRASIL
Projeto Reeducação do Imaginário: apenados leem obras clássicas em Joaçaba

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Professores, façam-se respeitar!

 
Comentário de Luiz Carlos Prates SBT Meio Dia (02/08/2011) - "Violência nas Escolas"



Velho truque

Escrito por Olavo de Carvalho | 29 Novembro 2012
Artigos - Cultura

“Hegemonia” é isso: o domínio invisível e insensível exercido sobre as consciências pela força da repetição e do hábito impregnado na linguagem, nas rotinas, no “senso comum” (no sentido gramsciano do termo).


Um dos mais velhos truques da propaganda comunista no Brasil é esconder-se por trás de algum comunista americano desconhecido nestas plagas e cantar vitória: “Está vendo? Até os ianques dizem que...” Partindo da premissa popular de que ser americano é um atestado de anticomunismo, até a voz da KGB em inglês soa como uma potente confirmação direitista de qualquer mentira pró-comunista que se pretenda impingir ao cândido leitor brasileiro.

Sempre foi assim. Quando eu era adolescente, esfregavam-me no nariz os artigos de Drew Pearson e me esmagavam com o argumento fulminante: “Está vendo? Até os ianques dizem que...” Acabei, é lógico, acreditando, sem saber que as fontes de informações de Pearson eram dois agentes soviéticos -- coisa que só chegou ao meu conhecimento quatro décadas depois, mas ainda é totalmente ignorada pelo público maior, o qual já nem lembra quem foi Pearson e que tremenda influência teve na política americana.

O engodo tornava-se ainda mais persuasivo quando reforçado por um constante bombardeio de artigos e estudos eruditíssimos que nos provavam por a + b que a mídia americana inteira era um instrumento de propaganda imperialista. Qualquer agente comunista minimamente treinado sabe que a maneira mais eficaz de persuadir a platéia não é usar de um argumento lógico continuado, mas jogar com a tensão entre dois argumentos aparentemente opostos (em geral um implícito, o outro explícito). Quando até os imperialistas admitiam que Fidel Castro era um combatente pela democracia ou que os vietcongues eram patriotas sem um pingo de ideologia comunista nas veias, que brasileiro teria a ousadia de dizer o contrário?

Sempre foi assim. A diferença é que agora esse truque, antigamente usado apenas na imprensa comunista, se tornou norma de redação na grande mídia e multiplicou por mil o seu poder de confundir e ludibriar.

Façam uma revisão do que leram nos jornais brasileiros a respeito de Barack Hussein Obama ao longo das campanhas eleitorais de 2008 e 2012 e verão que, com exceções infinitesimais, as opiniões aí expressas foram de dois tipos e somente dois:

(a) Barack Obama é um progressista moderado, a voz da América esclarecida em luta contra o obscurantismo reacionário e racista.

(b) Barack Obama, sob a aparência de bom moço, é um imperialista ianque como qualquer outro, um “falcão” empenhado em esmagar o pobre mundo sob as patas do Império americano. A única diferença entre ele e John McCain, ou Mitt Romney, é que pelo menos ele não é um caipirão racista como eles.

Forçado a escolher entre o bem absoluto e o mal menor, nos dois casos o “idiota padrão”, que é como nas redações se denomina o leitor médio, acabava sempre ficando com Barack Obama. Se as eleições fossem no Brasil, o candidato democrata teria 99 por cento dos votos sem precisar adulterar as maquininhas como fez em Ohio e na Pensilvânia.

O benefício secundário dessa técnica é habituar o leitor a escolher entre duas opiniões esquerdistas e a acreditar que com isso está desfrutando de um dos prazeres maiores de viver numa democracia, que é o de poder tomar posição livremente nos debates públicos. Com isso, pouco a pouco a democracia vai se reduzindo ao “centralismo democrático” leninista – a livre discussão dentro do Partido --, sem que a multidão bocó perceba a diferença.

Por fim, a coisa mais maravilhosa: com o tempo, os jornalistas sem filiação ideológica explícita se adaptam ao modelo, por mera imitação dos colegas mais velhos, e acabam por se tornar os mais eficientes colaboradores da manobra comunista, justamente porque não têm nenhuma consciência de estar a serviço dela e rejeitam, com esgares de indignação ou trejeitos de sarcasmo, a hipótese de que estão servindo de idiotas úteis. Aliás é precisamente por essa razão que são chamados de idiotas úteis.

“Hegemonia” é isso: o domínio invisível e insensível exercido sobre as consciências pela força da repetição e do hábito impregnado na linguagem, nas rotinas, no “senso comum” (no sentido gramsciano do termo). Construí-la é, por definição, obra de muitas décadas, apoiada na passagem das gerações e no esquecimento coletivo. Só um conhecimento muito fino da história cultural e psicológica da sociedade em que vivemos, aliada a um rigoroso exame retrospectivo da nossa própria biografia interior e à firme disposição de encontrar a verdade para além de toda a pressão do nosso grupo de referência, pode nos libertar de uma influência grudenta e anestésica que se impregna em nossas almas como uma segunda natureza. As pessoas habilitadas a fazer esse exame contam-se nos dedos das mãos, e são ainda mais raras na classe universitária, onde a adaptação ao vocabulário e aos cacoetes mentais do ambiente são condições necessárias da sobrevivência escolar e profissional. A construção da hegemonia aposta na estupidez, na preguiça, no espírito de imitação e na covardia intelectual, qualidades que raramente faltam aos jovens universitários ávidos de reconhecimento.



P. S. Alguém me envia cópias de e-mails que circulam numa lista de discussões entre “professores de lógica” das universidades brasileiras. O objeto da discussão é a minha pessoa. Todos ali se consideram importantes demais para discutir comigo em público, mas têm tempo de sobra para fofocar a meu respeito pelas costas, a salvo da possibilidade de um revide. Um dia talvez eu comente aqui o conteúdo das fofocas, coisa de uma miséria intelectual (e moral) capaz de levar o leitor às lágrimas.

http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/13638-velho-truque.html




segunda-feira, 26 de novembro de 2012



Farewell hope


"So farewell hope and with hope, farewell fear. And farewell remorse! All good to me is lost; Evil, be though my good." John Milton, "Paradise Lost". (Então, adeus esperança e com a esperança, adeus medo. E adeus remorso! Todo o bem para mim está perdido; Mal, seja então meu bem).

Sim, enquanto existir esperança, não há paz. Segundo o poeta inglês John Milton (século 17), que narra nesse poema a agonia de Adão e Eva afundando na cegueira de quem não mais verá Deus, só perdendo a esperança perde-se o medo. Seria um preço muito alto a pagar? Junto com a perda do medo, a perda do remorso e do bem. Niilismo?

A esperança é tema nobre na teologia. Para os católicos, a esperança é uma virtude teologal, isto é, só se deve depositar a esperança em Deus e, por consequência, só Deus nos dá esperança como um dom. Não há esperança no mundo, na Criação. Entregue a si mesma, ela vaga no vazio do desespero, carregando em si a raça dos abandonados, como dizia Horkheimer.

Felizes os que nasceram com o dom da esperança. Existe uma beleza no mundo que só os olhos daqueles que têm esperança veem.

Eu, como nasci com uma alma cega, mui raramente a pressinto (como diria Santo Agostinho, séculos 4 e 5, o peso do pecado logo me traz de volta ao desespero), mas só a pressinto com a ajuda de alguém; por mim mesmo, me afogo no desespero. Só não me desespero mais porque sou uma alma concreta, salva pelas obrigações do cotidiano.

Que os inteligentinhos não me cansem com a "crítica do pecado". Hoje em dia, uma das faces da banalidade é falar mal de religião: mal informados de todas as idades acham que pecado é uma invenção para "oprimir o homem", sim, assim como o espelho...

É conhecida a passagem na qual Kafka, ao ser indagado sobre crer ou não que existiria alguma esperança, teria respondido: "Esperanças há muitas, mas não para nós".

A interpretação mais comum é a de que ele estaria condenando a modernidade e sua desumanização (a barata Gregor Samsa, em "Metamorfose") como negação histórica da esperança, mas que nem por isso Kafka negaria toda e qualquer esperança. A conclusão dessa interpretação é que o pessimismo do autor seria "histórico", mas não ontológico ou cosmológico (isto é, "passando" a modernidade, as coisas melhorariam...).

Mas a teologia de Kafka, presente em seus "aforismas teológicos", parece ser um pouco pior do que isso. Mesmo em sua ficção, Deus parece ser uma espécie de "senhor de uma colônia penal" (faço referência aqui à máquina de tortura e morte descrita no seu conto "Na Colônia Penal"), colônia penal esta que é nossa casa, poço de desencontros, nossa vida, poço de frustrações, nosso corpo, poço de patologias, enfim, um beco sem saída.

O próprio materialismo como visão de mundo (modelo hegemônico na ciência e no ateísmo moderno, segundo o qual tudo é átomo e a vida é finita) é vivido por muitos como uma negação da esperança. Como ter esperança na solidão das pedras?

Um dos trechos mais sublimes na literatura, no qual o materialismo se revela em seu terror e seu mistério, é a passagem no romance "Patrimônio", de Philip Roth (a história real do adoecimento e morte de seu pai), na qual ele vê as imagens do tumor no cérebro de seu pai, tumor que o mataria.

Não por acaso nessa cena, Roth busca refúgio na famosa passagem na qual Hamlet segura nas mãos o crânio de Yorick, o bobo da corte, que o tinha carregado no colo tantas vezes, e se pergunta se é aquilo que somos, um crânio em meio a terra úmida.

Roth olha para aquele cérebro e pensa como "aquilo" poderia ser a causa eficiente de tudo que seu pai fizera, pensara e sentira. Fonte de cada palavra e cuidado que tivera com sua família.

Lembro-me bem de quando eu trabalhava no necrotério fazendo necropsias e colocava cérebros na mesa metálica. Milton, Shakespeare, Kafka, Roth e eu juntos, num plantão de sexta-feira à noite, a noite mais violenta, e por isso mesmo a melhor, se você quiser cadáveres "frescos" para aprender anatomia. Farewell hope.


Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1191019-farewell-hope.shtml












Como melhorar a educação no Brasil?
O sucateamento da Educação


Por: Maria Júlia Ferraz

O ofício de professor é reconhecidamente difícil. No Brasil isso é ainda mais evidente.

Sucatearam a Educação para depois sucatearem a escola. A esquerda culpa os militares por isso. Mas, é interessante lembrar que os professores durante aquele período ainda eram bem remunerados e respeitados pelos alunos.

Um dos grandes problemas do Brasil é que estamos sempre procurando os “culpados”. Buscamos os “culpados” pela violência (geralmente a burguesia protofascista e conservadora que esfrega sua riqueza na cara dos mais pobres e injustiçados pelo sistema), procuramos os “culpados” pelo nosso atraso (ah! Portugueses que aqui estabeleceram uma colonização de exploração, vocês foram maléficos!), ou seja, não buscamos COMO melhorar, queremos identificar de onde vem a culpa por sermos como somos.

Com a educação também é assim. Não avaliamos o contexto prático de um sistema que foi, aos poucos, sucateado. Raramente analisamos o quanto teorias construtivistas apenas servem para reafirmar que o “conhecimento cotidiano” é mais importante que o conhecimento formal. Vedaram tanto os olhos dos professores que eles próprios repetem que as “habilidades e competências” devem ser valorizadas. Que assim seja, mas sem que vulgarize os conceitos. E é aí que vem o grande problema: que conceito? Conhecimento conceitual, com valorização da língua mais erudita tornou-se algo visto como elitismo, matemática com noções de equação, fórmulas e números tornou-se algo distante da realidade (para quê um aluno vai usar isso? Temos que fazê-lo ter condições de ter um conhecimento ligado à sua realidade). Quanta retórica inútil. Mais que inútil, é a retórica que sequestrou o professor, é o algoz da verdadeira formação.

Festejamos o empobrecimento da cultura e pedimos melhorias educacionais. Como assim? Qual é a chance de valorização de um profissional da área educacional em um país em que falar corretamente e defender isso é algo vergonhoso, próprio de estados como São Paulo que demonstram ser a “vanguarda do conservadorismo”?

O professor está amarrado, cego por essas teorias que tiram de sua profissão a sua grandeza. E como zumbis, andando em meio ao apocalipse educacional repetem: “queremos melhores condições de tratamento, queremos melhores salários, queremos...”

Sob a defesa de que a educação deveria ser democratizada, tiraram da escola, portanto do professor, a possibilidade de cobrar. Em face de se acreditar que a educação era por demais repressiva, foram banidos limites e conceitos mais elaborados. O papel do professor ficou reduzido a mero facilitador, quando não de babá.

Nas escolas públicas isso é mais evidente. Na escola particular, o professor convive com o estresse de ser avaliado pelo aluno através de pesquisas de satisfação. Ou, mesmo quando não existe a tal pesquisa, o professor sabe que não há estabilidade possível. São raras as escolas que mantém um professor que não “agrade” aos seus alunos.

O leitor pode estar pensando: “mas, é natural que a escola queira que seus alunos fiquem satisfeitos.” Você, caro leitor, já parou para pensar o que faz um adolescente satisfeito em uma sociedade que busca apenas consumo e prazer? Você acredita mesmo que um aluno ficaria satisfeito com seu professor que prima por autoridade (não confundir com autoritarismo) e qualidade? Acredita que, em uma sociedade onde nem os pais, muitas vezes, estão acostumado a lidarem com suas próprias frustrações, os alunos consigam lidar com notas mais baixas ou com uma postura severa?

Claro que todas as questões apresentadas acima estão ligadas também a um contexto maior, que é a busca da sociedade como um todo pelos atalhos, pelo caminho mais fácil. Quem nunca ouviu: “temos que fazer com que a criança tenha prazer em aprender”; ou “a leitura tem que ser prazerosa”. Óbvio que fazemos mais espontaneamente o que nos dá prazer, mas a construção da maturidade, necessária para sermos adultos minimamente equilibrados, passa pela compreensão de que há partes mais difíceis no processo cognitivo e que atenção não é despertada apenas pelo “carisma” constante do professor, atenção é muitas vezes uma necessidade voluntária. Ou seja, ou eu presto atenção ou não vou conseguir entender os conceitos necessários para um exame, avaliação. Atenção a gente também se obriga a ter. Isso é importante também.

O aluno brasileiro só desperta durante os vestibulares. É por isso que os cursinhos estão abarrotados de alunos que se desesperam em assimilar tudo o que não compreenderam em três anos de Ensino Médio. E ainda assim, quando o resultado não é satisfatório, culpa-se quem? Adivinhe... sim, o professor.

É lamentável observar que tiraram dos professores seu ofício de ensinar e tentam convencê-los de que isso é correto em nome da democratização da educação. E fazem isso através de uma construção teórica que, em uma primeira leitura, parece convincente. Muitas vezes, os cursos de licenciatura propagam nas ementas de disciplinas pedagógicas o “não ensinar”, ou seja, propagam ao professor que ele deve ser tudo: bom, atento, responsável, manter a disciplina, levar o aluno ao conhecimento (por mágica, talvez), porém, não mostram COMO fazer isso.

Outra forma de achincalhar com a educação foi tornar a profissão de professor algo ligado à pobreza. Quem não se lembra da figura do falecido Chico Anísio em sua “Escolinha do Professor Raimundo” com o bordão: “E o salário, ó!” Claro que era uma forma de criticar a situação do professor, mas convencionou-se a carreira do magistério à condenação à pobreza. Para a maioria das pessoas, ser professor é pedir para passar fome. Estou longe de afirmar que o salário do professor é digno. Os salários deveriam ser mais atrativos sim! A questão é outra aqui, a questão é que, através dessa vinculação, a carreira foi se tornando cada vez menos atrativa e hoje tornou-se refúgio de quem não tem opção. Os cursos de licenciatura avançam porque são mais baratos.

Não se trata de defender o aumento dos preços dos cursos de licenciatura ou algo do gênero, mas sim mostrar como ao longo dos anos sucatearam o ideal de educação como um todo. Da formação à profissão, tornaram o ofìcio do professor algo desprovido de brilho. E isso é triste.

Outra coisa que também tentam constantemente enfiar na cabeça do professor é que “Ser professor é uma vocação, muito mais que uma profissão”. Isso significa o quê exatamente? Se pensarmos em vocação como dedicação, isso é verdade. No entanto, se essa visão refere-se a resignar o professor a aceitar suas condições de mero coadjuvante onde ele é essencial, isso é um erro e uma canalhice imensos. Afinal, professor é profissional sim. E deve ser remunerado para isso. Ser profissional não é ofensa. Pelo contrário. Ser profissional leva ao desenvolvimento pessoal também e à busca pela excelência.

Ao repetirmos alguns discursos que parecem ser favoráveis ao ensino, estamos, na verdade, liquidando com ele.

Que consigamos acordar a tempo, antes que o sono da razão gere monstros muito maiores que aqueles gerados pela eterna vigilância.

http://www.midiaamais.com.br/artigo/detalhes/2342/O+sucateamento+da+Educacao
A farsa do vitimismo afro-descendente


Escrito por João Carlos de Almeida | 06 Janeiro 2011
Artigos - Conservadorismo

Não se trata aqui de um supremacista branco malhando os negros. Pelo contrário.
Estes marginais aí são, de certa forma, meus "manos", como eles mesmos dizem.


Semana passada traduzimos um post intitulado
O que fazer a respeito da violência inter-racial negra?, do blog View from the Right. Paul K. começa afirmando que achava que os donos de cinema deveriam ter o direito de proibirem a entrada de grupos de adolescentes negros, por "serem escandalosos e incomodarem os outros" e terem "propensão à violência." Em seguida, ele menciona três episódios recentes de violência extrema cometidas por negros contra brancos e asiáticos nos Estados Unidos (registrados em vídeo) e chama atenção para o fato de que a imprensa nunca comenta o fato de que a violência inter-racial no país é praticamente sempre de negros contra brancos e amarelos e não o contrário.

Que
algo em torno de noventa por cento de todos os crimes violentos cometidos nos Estados Unidos são obra de negros e latinos é fato que até os demagogos esquerdistas do partido Democrata sabem. Mas, para fazer justiça a Paul K., gostaríamos de deixar registrados dois eventos recentes.

Um é o fato de um marine recém-chegado do Afeganistão ter sido espancado na noite de Natal, juntamente com sua esposa, por um grupo de marginais adolescentes negros em Brandentown, na Flórida, ao saírem de um cinema. Motivo: ele havia pedido a eles, que estavam fazendo arruaça durante o filme que assistiam, que se aquietassem.

Como comenta o blogueiro Van Helsing,
de cuja página tiramos esta matéria, "A razão pela qual este não foi um incidente racial é porque as vítimas eram brancas e os agressores, evidentemente, negros."

A outra matéria é esta sobre
um arrastão de dezenas de (adivinhe) marginais adolescentes negros a um shopping em Milwaukee, no Winsconsin, no último domingo. A imprensa, em sua novilíngua esquerdista, se referiu ao bando como "jovens rebeldes" [unruly young people]. JOVENS REBELDES?

Vendo barbaridades como estas, dá para entender perfeitamente o que motivou as antigas leis de segregação racial nos estados do sul dos Estados Unidos. Os dados disponíveis sobre a criminalidade americana durante o século XIX e início do século XX
já apontavam um envolvimento imensamente desproporcional da população negra em crimes violentos.

Eu mesmo que escrevo agora isto aqui não sou branco. Sou mestiço. Meu avô paterno era negro e meu pai é mulato. Não se trata aqui de um supremacista branco malhando os negros. Pelo contrário. Estes marginais aí são, de certa forma, meus "manos", como eles mesmos dizem. Daí meu nojo em relação à coisa toda. Nós negros e mestiços deveríamos dar graças a Deus todos os dias por podermos viver em nações ocidentais decentes ao invés de em alguma ditadura africana. Se estas pessoas aí de fato odeiam tanto os brancos, por que diabos preferem sofrer no meio deles, ao invés de voltarem para a África? Como disse o Michael Savage há uns meses atrás para um ouvinte negro, racista e revoltado com os brancos que governam o país, "Sob o governo de qual ditador africano você preferiria viver, então?"

Já passou da hora de nós "afro-descendentes" (o termo é demagógico e esquerdista, mas vai ele mesmo) pararmos com esta farsa de vitimismo e desejo de reparações. Os Estados Unidos e o Brasil não têm "dívida histórica" nenhuma conosco. Nós é que devemos e muito a estes países, que nos deram de presente verdadeiras civilizações já prontas, que jamais conseguiríamos construir se tivéssemos ficados no continente africano. Se nossos antepassados não tivessem sido trazidos como escravos para a América, estaríamos infinitamente pior hoje. E como é que demonstramos nossa gratidão a estas nações? Dê uma olhada nos dados disponíveis sobre criminalidade e nas pesquisas eleitorais de ambos os países e você vai ver.

Se há vítimas raciais hoje nos Estados Unidos e no Brasil são os brancos, não nós. Somos nós que estupramos, matamos e os roubamos, não o contrário.

Quem votou em massa no Lula e na Dilma, que estão comprometidos com a escravização socialista do país, só para ganhar esmolas do PT, foi a população negra e mestiça, pobre e analfabeta, que está se lixando para os rumos que a nação está tomando. Quem vota em massa nos democratas, que estão comprometidos com a depredação socialista dos Estados Unidos, é a população negra, numa proporção que não se vê em nenhum outro grupo étnico do país. Se depender dos negros americanos, o país vai virar um novo Zimbábue. Olhe aqui o que
cinco administrações consecutivas de prefeitos democratas negros, eleitos com o voto maciço da população negra, fizeram com Detroit, que já foi uma das cidades mais ricas do país.

Chega dessa besteira de vitimismo, revanchismo e reparacionsimo negro. Nossa contribuição para nossos países foi mínima e o ônus que trazemos, imenso. Quem constrói os prédios bonitos somos nós negros e mestiços, sim, mas quem vai assaltar os moradores que vão morar lá e estuprar suas filhas também somos nós, além de votarmos em massa nos políticos esquerdistas que vão roubar o dinheiro deles por meio de impostos escorchantes. Impostos estes que, por sua vez, serão usados para pagar por projetos assistencialistas voltados para nossas "comunidades carentes" - o novo nome que inventaram para 'favelas' - e para construir escolas públicas que nós, negros e mestiços pobres, vamos depredar.

Vamos parar de fingir que não sabemos disto tudo.


João Carlos de Almeida é um dos editores do blog
Dextra.

http://www.midiasemmascara.org/artigos/conservadorismo/11747-a-farsa-do-vitimismo-afro-descendente.html



Loucura educacional

Escrito por Walter Williams | 23 Novembro 2012
Internacional - Estados Unidos


Se eu fosse um membro da Klu Klux Klan, querendo sabotar a educação dos negros, eu não poderia encontrar melhores aliados do que os esquerdistas e funcionários do establishment educacional do governo Obama, especialmente o Secretário de Educação, Arne Duncan, que em março de 2010 anunciou que seu departamento iria “revigorar o cumprimento dos direitos civis".

Para Duncan, a questão dos direitos civis foi que estudantes negros de ensino fundamental e médio são punidos numa taxa maior do que os brancos. Sua prova de discriminação é que os negros são três vezes e meia mais propensos a serem suspensos ou expulsos do que seus pares brancos. Duncan e os seus partidários na administração Obama convenientemente ignoraram a "discriminação racial" na escola contra os brancos, que são mais que duas vezes mais propensos a serem suspensos do que asiáticos e insulares do Pacífico.

Heather Mac Donald relata tudo isso em "Indisciplinados", publicado no City Journal (verão de 2012). Ela escreve que, entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012, foram presos na escola 25 vezes mais estudantes negros de Chicago do que os estudantes brancos, principalmente por agressão. Em escolas de Chicago, os estudantes negros superam os brancos em quatro para um.

Mac Donald acrescenta: "Nacionalmente, o quadro não é melhor. A taxa de homicídios entre os homens com idades de 14 a 17 é quase 10 vezes maior para os negros do que para brancos e hispânicos somados. Esses dados não causam nenhum impacto sobre a administração Obama e seus defensores ao redor, que aparentemente acreditam que a falta de autocontrole e de socialização – que resultam nesta violência criminosa desproporcional – não se manifestam no comportamento em sala de aula também".

De acordo com o National Center for Education Statistics, em todo o país, durante 2007-2008, mais de 145 mil professores foram agredidos fisicamente. 6% das escolas de grandes cidades relataram desrespeito verbal aos professores e 18% relataram desrespeito não verbal aos professores. Um estudo anterior da NCES descobriu que 18% das escolas do país contabilizaram 75% dos incidentes de violência relatados, e 6,6% contabilizaram 50%. No que diz respeito a violência grave – homicídio e estupros – 1,9% das escolas relataram 50% dos casos. A preponderância da violência escolar ocorre em escolas de grandes cidades frequentadas por alunos negros.

Os educadores não veem esse comportamento em sala de aula como uma prioridade. De acordo com um recrutador, uma escola de Baltimore agora pergunta aos candidatos a professor "Como você reage ao ser maltratado? O que você faria se alguém te xingasse?". A resposta correta é: "nada". Essa visão pode explicar por que um veterano com 34 anos de escola teve que ser retirado das instalações em uma ambulância depois que um estudante quebrou o vidro de uma vitrine em sala de aula.

Mac Donald relata que uma professora da quinta série, em St. Paul, Minnesota, zomba da ideia de que os estudantes das minorias estão sendo injustamente alvo de disciplina, dizendo: "Qualquer pessoa em sã consciência sabe que esses alunos (punidos) são extremamente perturbadores".

Em resposta aos índices mais elevados de punições disciplinares para estudantes de minorias, a escola distrital de St. Paul gastou 350 mil dólares em sessões de treinamento em “proficiência cultural” para professores nas quais eles aprendem sobre “brancura”. Em uma dessas sessões, um professor asiático perguntou: "Como posso ajudar o estudante que dá respostas abruptas e interrompe a aula". O facilitador negro respondeu: "Isso é o que a cultura negra é". Se uma pessoa branca fez uma observação dessas, eu tenho certeza que ela seria considerado racista.

Alguns dos atuais líderes políticos negros são mais ou menos da minha idade, 76, como os deputados Maxine Waters, Charles Rangel, Conyers John, o ex-governador da Virgínia Douglas Wilder, Jesse Jackson e muitos outros. Pergunte a eles o que seus pais teriam feito se eles tivessem xingado, agredido um professor ou tido um comportamento perturbador que se tornou rotina em tantas escolas. Será que os pais teriam aceito o comportamento público grosseiramente desrespeitoso público que inclui linguagem chula e epítetos raciais? Seu silêncio e apoio ao status quo representam uma traição de proporções épicas para o sangue, suor e lágrimas dos nossos antepassados em sua luta para tornar disponíveis as oportunidades de educação de hoje.


Walter E. Williams é professor de Economia na Universidade George Mason.

Tradução: Daniel Antonio de Aquino Neto

Fonte:
http://econfaculty.gmu.edu/wew/articles/12/EducationalLunacy.htm.

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http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/estados-unidos/13624-loucura-educacional.html

sábado, 24 de novembro de 2012



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Viagem do darwinismo para a China - Charles Darwin foi controlado pelo próprio Satã

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


terça-feira, 20 de novembro de 2012




Conteúdo imoral na escola

Escrito por Miguel Nagib | 20 Novembro 2012
Artigos - Governo do PT


O que chega ao nosso conhecimento é apenas uma fração do que acontece no interior das salas de aula; é o que “vaza” por acidente.

O MEC continua trabalhando de modo incansável para destruir a autoridade moral dos pais sobre seus filhos.


“Os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.” É isso que estabelece o artigo 12 da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), da qual o Brasil é signatário. Ocorre que esse direito não vem sendo respeitado por nossas escolas. Burocratas e “especialistas” em educação decidiram educar nossos filhos por nós. Decidiram acabar com a formação moral que lhes damos em casa. Para eles, tudo não passa de “preconceitos” e “tabus”. Do MEC e das secretarias de Educação partem as diretrizes. Nas salas de aula, professores despreparados, perturbados ou pervertidos – é difícil saber – as colocam em prática.

Em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, um professor de Educação Física resolveu fazer uma “brincadeirinha” com seus alunos: quem errasse a jogada tinha de responder a perguntas como “você é virgem?” ou “já fez sexo oral em Fulano?” Em Recife, crianças de 7 a 10 anos aprendem em sala de aula que “brincar com o pênis e com a vulva é gostoso” e que “o papai acha muito gostoso quando seu pênis fica duro”. Em Contagem (MG), o dever de casa dos alunos do 4.º ano de uma escola municipal – falamos de crianças de 10 anos – é responder “o que é sexo anal”, “o que é boquete“ e “como dois homens fazem sexo”.

Os episódios se sucedem. O que chega ao nosso conhecimento é apenas uma fração do que acontece no interior das salas de aula; é o que “vaza” por acidente. Mas pelos “vazamentos” podemos estimar o volume e a qualidade do esgoto moral que circula pelas tubulações do sistema de ensino.

Quem já tentou sabe que é inútil argumentar com esses “educadores”. Os pais que reclamam são tratados como ignorantes e retrógrados.

Qual a solução? Simples: basta que o MEC e as secretarias de Educação proíbam a veiculação de temas como sexualidade – que envolve inevitavelmente uma abordagem moral – nas disciplinas obrigatórias. Se o governo quiser usar as escolas para tratar desses assuntos, que crie uma disciplina facultativa, como se dá com o ensino religioso. É a única saída compatível com o art. 12 da CADH.

Isso vai acontecer? Não neste governo, com certeza. Embora a presidente da República tenha declarado, ao vetar o “kit gay”, que “nós não podemos interferir na vida privada das pessoas”, o MEC continua trabalhando de modo incansável para destruir a autoridade moral dos pais sobre seus filhos. É possível obrigar o governo a agir, mas na Justiça isso pode levar anos.

A boa notícia é que os pais não precisam esperar de mãos atadas. Nosso conselho é processar por danos morais as escolas e os professores que transmitirem aos seus filhos conteúdos que se chocarem com os seus valores e convicções. Além do dano moral causado aos seus filhos – o que precisa ser avaliado caso a caso –, há o dano decorrente da violação a sua autoridade moral. Em situações como essas, dependendo do caso, as indenizações podem passar de R$ 20 mil.

Ou, se quiserem agir preventivamente, ajuízem, com base no art. 12 da CADH, ações para que as escolas e os professores dos seus filhos sejam obrigados a se abster, sob pena de multa, de veicular conteúdos morais nas disciplinas obrigatórias; e orientem seus filhos a lhes reportar em casa o que virem e ouvirem na sala de aula. Se os professores e as escolas começarem a ser processados e condenados, é possível que pensem duas vezes antes de ensinar a crianças de 10 anos “o que é boquete” e “como dois homens fazem sexo”.


Miguel Nagib, advogado, é coordenador do grupo Escola Sem Partido (
www.escolasempartido.org).

Publicado no jornal Gazeta do Povo.

http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/13609-conteudo-imoral-na-escola.html


 


Guarani Kaiowá de boutique



As redes sociais são mesmo a maior vitrine da humanidade, nelas vemos sua rara inteligência e sua quase hegemônica banalidade. A moda agora é "assinar" sobrenomes indígenas no Facebook. Qualquer defesa de um modo de vida neolítico no Face é atestado de indigência mental.

As redes sociais são um dos maiores frutos da civilização ocidental. Não se "extrai" Macintosh dos povos da floresta; ao contrário, os povos da floresta querem desconto estatal para comprar Macintosh. E quem paga esses descontos somos nós.

Pintar-se como índios e postar no Face devia ser incluído no DSM-IV, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

Desejo tudo de bom para nossos compatriotas indígenas. Não acho que devemos nada a eles. A humanidade sempre operou por contágio, contaminação e assimilação entre as culturas. Apenas hoje em dia equivocados de todos os tipos afirmam o contrário como modo de afetação ética.

Desejo que eles arrumem trabalho, paguem impostos como nós e deixem de ser dependentes do Estado. Sou contra parques temáticos culturais (reservas) que incentivam dependência estatal e vícios típicos de quem só tem direitos e nenhum dever. Adultos condenados a infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo.

Recentemente, numa conversa profissional, surgiu a questão do porquê o mundo hoje tenderia à banalidade e ao ridículo. A resposta me parece simples: porque a banalidade e o ridículo foram dados a nós seres humanos em grandes quantidades e, por isso, quando muitos de nós se juntam, a banalidade e o ridículo se impõem como paisagem da alma. O ridículo é uma das caras da democracia.

O poeta russo Joseph Brodsky no seu ensaio "Discurso Inaugural", parte da coletânea "Menos que Um" (Cia. das Letras; esgotado), diz que os maus sentimentos são os mais comuns na humanidade; por isso, quando a humanidade se reúne em bandos, a tendência é a de que os maus sentimentos nos sufoquem. Eu digo a mesma coisa da banalidade e do ridículo. A mediocridade só anda em bando.

Este fenômeno dos "índios de Perdizes" é um atestado dessa banalidade, desse ridículo e dessa mediocridade.

Por isso, apesar de as redes sociais servirem para muita coisa, entre elas coisas boas, na maior parte do tempo elas são o espelho social do ridículo na sua forma mais obscena.

O que faz alguém colocar nomes indígenas no seu "sobrenome" no Facebook? Carência afetiva? Carência cognitiva? Ausência de qualquer senso do ridículo? Falta de sexo? Falta de dinheiro? Tédio com causas mais comuns como ursinhos pandas e baleias da África? Saiu da moda o aquecimento global, esta pseudo-óbvia ciência?

Filosoficamente, a causa é descendente dos delírios do Rousseau e seu bom selvagem. O Rousseau e o Marx atrasaram a humanidade em mil anos. Mas, a favor do filósofo da vaidade, Rousseau, o homem que amava a humanidade, mas detestava seus semelhantes (inclusive mulher e filhos que abandonou para se preocupar em salvar o mundo enquanto vivia às custas das marquesas), há o fato de que ele nunca disse que os aborígenes seriam esse bom selvagem. O bom selvagem dele era um "conceito"? Um "mito", sua releitura de Adão e Eva.

Essas pessoas que andam colocando nomes de tribos indígenas no seu "sobrenome" no Face acham que índios são lindos e vítimas sociais. Eles querem se sentir do lado do bem. Melhor se fossem a uma liquidação de algum shopping center brega qualquer comprar alguma máquina para emagrecer, e assim, ocupar o tempo livre que têm.

Elas não entendem que índios são gente como todo mundo. Na Rio+20 ficou claro que alguns continuam pobres e miseráveis enquanto outros conseguiram grandes negócios com europeus que, no fundo, querem meter a mão na Amazônia e perceberam que muitos índios aceitariam facilmente um "passaporte" da comunidade europeia em troca de grana. Quanto mais iPad e Macintosh dentro desses parques temáticos culturais melhor para falar mal da "opressão social".

Minha proposta é a de que todos que estão "assinando" nomes assim no Face doem seus iPhones para os povos da floresta.
ponde.folha@uol.com.br


Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1187356-guarani-kaiowa-de-boutique.shtml

quinta-feira, 15 de novembro de 2012



quarta-feira, 14 de novembro de 2012



Regra geral

Escrito por Olavo de Carvalho | 14 Novembro 2012
Artigos - Movimento Revolucionário

Se vocês ainda não notaram, aproveitem o festival de homicídios em São Paulo como ocasião perfeita para notar esta regra geral nunca desmentida: com a mesma constância com que em qualquer nação agrária e atrasada as revoluções socialistas resultam imediatamente na instauração de ditaduras genocidas, em todo país mais ou menos próspero e democrático onde a esquerda se torne hegemônica as taxas de criminalidade sobem e não param mais de subir. O primeiro desses fenômenos observou-se na Rússia, na China, na Coréia do Norte, no Camboja, em Cuba etc. O segundo, na França, na Inglaterra, na Argentina, na Venezuela, nos EUA, no Brasil e um pouco por toda parte no Ocidente.

Por que? E há alguma relação entre essas duas séries de fatos?

Todo o esquema socialista baseia-se na idéia de Karl Marx de que o proletariado industrial é a classe revolucionária por excelência, separada da burguesia por uma contradição inconciliável entre seus interesses respectivos.

Quando um partido revolucionário toma o poder numa nação atrasada, predominantemente agrária, como a Rússia de 1917 e a China de 1949, não encontra ali uma classe proletária suficientemente numerosa para poder servir de base à transformação da sociedade. O remédio é apelar à industrialização forçada, para criar um proletariado da noite para o dia e “desenvolver as forças produtivas” até o ponto de ruptura em que a burguesia se torne desnecessária e possa ser substituída por administradores proletários. Para isso é preciso instaurar uma ditadura totalitária que possa controlar e remanejar a força de trabalho a seu belprazer (Trotski chamava isso de “militarização do trabalho”). Daí a semelhança de métodos entre os regimes revolucionários socialistas e fascistas: ambos têm como prioridade a industrialização forçada, com a única diferença de que os fascistas a desejam por motivos nacionalistas e os socialistas pelo anseio da revolução mundial.

Já quando a esquerda revolucionária sobe ao poder por via eleitoral numa nação mais ou menos democrática e desenvolvida, ela encontra um proletariado numeroso e às vezes até organizado. Mas é um proletariado que já não serve como classe revolucionária, porque a evolução do capitalismo, em vez de empobrecê-lo e marginalizá-lo como previa Marx, elevou seu padrão de vida formidavelmente e o integrou na sociedade como uma nova classe média, indiferente ou hostil à proposta de revoluções. Para não ficar socialmente isolados e politicamente ineficazes, os revolucionários têm de encontrar algum outro grupo social cujo conflito de interesses com o resto da sociedade possa ser explorado. Mas não existe nenhum que tenha com a burguesia um antagonismo econômico tão direto e claro, um potencial revolucionário tão patente quanto aquele que Karl Marx imaginou enxergar no proletariado. Não havendo nenhuma “classe revolucionária” pura e pronta, o remédio é tentar formar uma juntando grupos heterogêneos, movidos por insatisfações diversas.

Daí por diante, quaisquer motivos de queixa, por mais subjetivos, doidos ou conflitantes entre si, passarão a ser aproveitados como fermentos do espírito revolucionário. O preço é a dissolução completa da unidade teórica do movimento, obrigado a acolher em seu seio os interesses mais variados e mutuamente incompatíveis. Narcotraficantes sedentos de riqueza e poder, ladrões, assassinos e estelionatários revoltados contra o sistema penal, milionários ávidos de um prestígio político (ou até intelectual) à altura da sua conta bancária, professores medíocres ansiosos para tornar-se guias morais da multidão, donas de casa pequeno-burguesas insatisfeitas com a rotina doméstica, estudantes e pequenos intelectuais indignados com a sociedade que não recompensa os seus méritos imaginários, imigrantes recém-chegados que exigem seu quinhão de uma riqueza que não ajudaram a construir, pessoas inconformadas com o sexo em que nasceram – todos agora marcham lado a lado com lavradores expulsos de suas terras, pais de família desempregados e minorias raciais discriminadas, misturando numa pasta confusa e explosiva os danos reais e supostos, objetivos e subjetivos, que todos acreditam ter sofrido, e lançando as culpas num alvo tão onipresente quanto impalpável: o “sistema” ou “a sociedade injusta”.

Sendo obviamente impossível unificar todos esses interesses numa construção ideológica coerente e elegante como o marxismo clássico, a solução é apelar a algo como a “teoria crítica” da Escola de Frankfurt, que atribui ao intelectual revolucionário a missão única de tudo criticar, denunciar, corroer e destruir, concentrando-se no “trabalho do negativo”, como o chamava Hegel, sem nunca se preocupar com o que vai ser posto no lugar dos males presentes. O sr. Lula nunca estudou a teoria crítica, mas fez eco ao falatório dos intelectuais ao seu redor quando, após vários anos na presidência e duas décadas como líder absoluto do Foro de São Paulo, confessou: “Ainda não sabemos qual o tipo de socialismo que queremos.” Não sabemos nem precisamos saber: só o que interessa é seguir em frente – forward, como no lema de campanha de Barack Hussein Obama --, acusando, inculpando e gerando cada vez mais confusão que em seguida será debitada, invariavelmente, na conta da “sociedade injusta”.

Se na esfera intelectual essa atitude chegou a produzir até a negação radical da lógica e da objetividade da linguagem e a condenar como autoritária a simples exigência de veracidade, como não poderia suscitar, no campo da moral social, o florescimento sem precedentes da amoralidade cínica e da criminalidade galopante?

http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/13595-regra-geral.html



terça-feira, 13 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012



Os ungidos


Pelo amor de Deus, não confie em intelectuais pedindo emprego em órgãos executivos. Não estou enterrando meu próprio time, estou apenas dizendo onde devemos jogar.

A função do intelectual é ler, escrever, dar aula, orientar pesquisas, participar do debate público, mas não assumir funções executivas porque somos obcecados por nossas visões de mundo, corretas ou não, somos monstruosamente vaidosos e pouco democráticos, pelo contrário, adoramos o poder, e nos achamos superiores moralmente.

Qualquer um sabe o escândalo de como os intelectuais compactuaram com todo tipo de violência (criadora ou não... risadas?) desde o século 18.
O último lugar onde se deve olhar quando buscarmos líderes é um departamento de humanidades.

As ciências duras geram produtos técnicos, testáveis e que quando erram são mais facilmente identificáveis. E se nem sempre o são, a causa é aquilo que o epistemólogo Imre Lakatos chamava de conteúdos exteriores ao "rational belt", ou cinturão racional, ou seja, componentes exteriores ao próprio método científico, como fatores políticos, econômicos, morais, psicológicos.

Nas ciências humanas se pode dizer tudo, porque nada é testável, e normalmente quando se erra, se inventa alguma hipótese "ad hoc" (basicamente, neste caso, desculpas chiques) para justificar.

Tanto no marxismo quanto no cristianismo, hipóteses "ad hoc" funcionam porque ambas são especulações e nada mais. No cristianismo se diz "a igreja traiu Cristo", no marxismo se diz "a União Soviética traiu a causa da liberdade".

Quando um de nós assume cargos de gestão, começa a inviabilizar qualquer iniciativa que não reze na cartilha de suas teorias salvacionistas.

Torquemada, o grande inquisidor espanhol do século 15, patrono dos intelectuais em ministérios ou secretarias, se sentia moralmente superior queimando hereges.

Concordo com isso tudo que escrevi acima, mas esta crítica não é minha. Ela está na obra de um intelectual americano negro quase desconhecido no Brasil. Friso que ele é negro porque quase todo mundo, devido a nossa atávica ignorância com relação ao pensamento norte-americano que não seja o blá-blá-blá do Partido Democrata e da "new left", pensa que conservador americano em política é sempre branco babão e estúpido.

A razão desta ignorância é porque nossos alunos só podem ler o que achamos que está certo, e sonegamos o resto.

Thomas Sowell é praticamente desconhecido entre nós, apesar de termos a excelente tradução de sua obra capital "Intelectuais e Sociedade", pela É Realizações.

"Ungidos", título da coluna de hoje, é um termo usado por Thomas Sowell no seu "The Vision of The Anointed, Self-Congratulation as Basis for Social Policy", Basic Books, 1995 (a visão do ungido, autocongratulação como base para política social). Esta obra é uma excelente "entrada" para conhecer seu pensamento. Uma das vantagens é que ela é bem menor e menos complexa do que "Intelectuais e Sociedade".

Nela, Sowell mostra como esta classe de ungidos (a esquerda que tem formado a maior parte das políticas públicas nos EUA e Ocidente em geral) falou besteiras nos últimos anos, principalmente em três áreas: 1. "Guerra à pobreza" (suas ideias apenas pioraram a miséria), 2. "Educação sexual" (destruíram a família, os laços afetivos e a relação entre homens e mulheres) e 3. "Justiça e combate ao crime" (criaram um blá-blá-blá que o criminoso é criminoso porque é vítima da sociedade e, portanto, se você é assaltado, a culpa é sua, e não dele, o que só piorou muito a segurança pública).

O padrão de funcionamento deles é basicamente dizer/fazer o seguinte: 1. Catástrofes vão acontecer e não percebemos, só eles. 2. Ação urgente necessária que só eles sabem qual é. 3. Necessidade de medidas drásticas, criadas por eles, uma minoria ungida e mimada, para uma maioria ignorante. 4. Desprezo por todo argumento contrário, acusado de ser coisa de gente malvada, desinformada, irresponsável e motivada por interesses duvidosos (eles, claro, são movidos pela pureza de coração).

Você reconheceu o padrão?

ponde.folha@uol.com.br


Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1183974-os-ungidos.shtml

Alan Parson - The Best Of Alan Parson's Project ( Full Album )




O epicurismo
 Existe um blogue português (no Blogspot.com) com o título “De Natura Rerum”. Este é o título de um poema de Lucrécio, um cidadão romano contemporâneo de Júlio César, que sofria de ataques de loucura a espaços e que se suicidou na sequência de um estado de loucura definitivo. Em suma, Lucrécio escrevia bem, mas era maluco — tal como Nietzsche. Lucrécio seguia a doutrina de Epicuro (o epicurismo), um grego de origem humilde e mesmo pobre que viveu entre o século IV e III a. C., e que criou a sua academia já na época helenística — ou seja, no tempo grego depois da morte de Alexandre.


Epicuro


O epicurismo não era propriamente uma filosofia (ou uma doutrina ou sistema filosófico), mas antes uma ética. Não era uma filosofia porque não teve a preocupação necessária com a ciência do seu tempo (que incluía a lógica-matemática e a lógica-dialéctica, preocupações de filósofos, por exemplo, como Platão e Aristóteles). O único interesse de Epicuro em relação à ciência teve a ver com a sua preocupação de refutar a religião; se existissem, por exemplo, duas teses científico-naturalistas que colocassem em causa uma determinada manifestação fenoménica atribuída aos deuses do Olimpo, para Epicuro não era importante saber qual das duas teses científicas era a verdadeira (e não dava nenhuma opinião sobre a credibilidade de uma ou de outra): para ele, as duas teses eram igualmente boas porque refutavam a religião. Refutar a religião — no sentido da transcendência ou mesmo no da imanência intracósmica da intervenção dos deuses do Olimpo na vida dos homens — era o único interesse de Epicuro.



A ideia de que Epicuro é o “pai da ciência”, proclamada por Lucrécio, é totalmente falsa e só pode ter vindo da cabeça de um louco. Podemos dizer que o pai da ciência é Demócrito ou mesmo Aristóteles, mas nunca podemos, em verdade, atribuir esse epíteto a Epicuro. Este foi um eticista e não um filósofo.

Não existiu em Epicuro nenhum interesse na investigação da natureza ou das ideias; pelo contrário, ele era contra a cultura, contra a leitura, contra o conhecimento e contra a investigação filosófica. Escreveu ao seu discípulo e jovem amigo Pitocles (Epicuro gostava muito de jovens): ” …foge de toda a forma de cultura”. (1)

O estóico Epícteto diz, referindo-se a Epicuro: “A vida a que dás valor é comer, beber, evacuar, copular e ressonar.” (1) Porém, não podemos dizer, em verdade, que Epicuro comia bem e bebia melhor, porque vivia à custa daquilo que lhe ofereciam e sem trabalhar; e em relação à cópula, a ideia de um Epicuro hedonista não é totalmente verdadeira. A relação sexual (entendida como o sexo separado do amor ou da paixão) era entendida por Epicuro como um “mal a conter”, e o sexo amoroso e apaixonado era criticado e desprezado. Epicuro gostava das crianças dos outros, mas era contra o casamento e contra a maternidade e paternidade (tirem as conclusões que quiserem). Podemos dizer que o epicurismo era uma espécie de niilismo materialista, de tipo “Dawkins”, naturalista e relativista moderno, misturado com um utilitarismo de tipo “Bentham” ou “Peter Singer”.

Sendo uma ética, tratava-se de um sistema prático (na opinião de Epicuro) para uma vida feliz. Esse sistema prático era baseado em uma espécie de “evangelho da libertação do medo” da morte e do inferno, o que transformou o epicurismo em uma espécie de religião. O epicurismo era uma religião que combatia as outras religiões na luta por um exclusivismo religioso — um pouco como acontece hoje com o naturalismo gnóstico e ateísta (não esquecer que um ateu pode não ser naturalista, enquanto que um naturalista é sempre um “ateu religioso”).
(1) W.J. Oates — The Stoic and Epicurean Philosophers

http://espectivas.wordpress.com/2010/05/02/o-epicurismo/

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012



quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Alguns conselhos para aqueles que genuinamente querem ajudar os pobres

Se você está preocupado com a ‘justiça social’ e quer genuinamente ajudar os pobres a subir na vida de maneira permanente e independente, há alguns procedimentos que você pode seguir.

Sua primeira e imprescindível obrigação para com os pobres é: não se torne um deles e não faça com que outros se tornem um deles. Será muito mais difícil ajudar pessoas pobres se você ou seu vizinho se tornar pobre. Assim como você não deve se tornar pobre, você também não deve defender políticas que levem ao empobrecimento de ricos na crença de que isso levará ao enriquecimento dos pobres. Para o pobre, não interessa se foi você ou o seu vizinho que empobreceu por meio de medidas do governo; a situação dele não melhorará. Um rico empobrecido não cria um pobre enriquecido. A economia não é um jogo de soma zero.

Não sendo pobre, você tem uma escolha: você pode dar o peixe para os pobres comerem ou você pode lhes arrumar um emprego e ensiná-los a pescar o peixe por conta própria — isto é, ensiná-los a serem seres humanos produtivos.

O que nos leva à sua segunda obrigação: se você quer ensinar os pobres a serem independentes e capazes de se auto-ajudar, comece dando o exemplo ainda dentro de sua própria casa. Crie seus filhos de maneira austera. Filhos independentes e não-mimados se tornam mais produtivos, mais solícitos, mais realistas e menos propensos a roubar ou a ser desonestos. No futuro, seu filho poderá servir de exemplo comportamental para aquelas pessoas que você está preocupado em ajudar.

Dado que todos vivemos no mesmo planeta (e não há como fugir dele — vivos), todos enfrentamos o mesmo problema sobre como alocar recursos escassos da maneira mais eficiente possível do modo a satisfazer desejos cada vez maiores (já são quase 7 bilhões de pessoas na terra). Há duas maneiras de se alocar recursos: 1) por meio da força, ou seja, por meio de decretos e coerções governamentais; ou 2) voluntariamente, por meio do sistema de preços fornecido pelo mercado.

Esta segunda maneira é mais duradoura e, logo, preferível para ser adotada com o intuito de sustentar a vida de um enorme número de pessoas. Por isso, é também sua obrigação explicar às pessoas — principalmente aos seus amigos igualmente sedentos por ‘justiça social’ — como funciona uma economia de mercado e por que apenas ela pode criar a maior quantidade possível de bens e serviços para os mais pobres, melhorando seu padrão de vida. Todo e qualquer sistema econômico socialista sempre culmina em escassez e em racionamento de recursos, exatamente o contrário do que você quer para os mais pobres.

Sua terceira obrigação para com os pobres é dar bons exemplos, de modo que eles se sintam estimulados a emular seu sucesso. Não minta, não roube, não trapaceie e não tome dinheiro das pessoas, tampouco utilize o governo para fazer isso por você. Não enriqueça por meio de políticas governamentais. Não aceite dinheiro nem privilégios do governo — dado que o governo nada cria, tudo o que ele lhe dá foi adquirido coercivamente de terceiros (na esmagadora maioria dos casos, contra a vontade de seus legítimos proprietários), uma medida que gera apenas ressentimento destes pagadores de impostos. Uma civilização que é erigida sobre o roubo e sobre privilégios não pode ser duradoura. Dê o exemplo não contribuindo para o perpetuamento deste arranjo.

Em um futuro muito próximo, será cada vez mais difícil para um indivíduo preservar sua riqueza. Governos falidos ao redor do mundo — consequência econômica inevitável de estados assistencialistas e inchados — estarão sedentos para confiscar quaisquer ativos remanescentes em uma desesperada tentativa de prolongar sua sobrevivência (mas sempre em nome do “bem público”). Os direitos individuais serão abolidos em nome do ‘bem comum’ e várias leis serão criadas com o intuito de tornar ilegal qualquer medida que vise a proteger a riqueza dos indivíduos mais ricos — e aí sim veremos uma verdadeira caça às bruxas.

Algumas pessoas acreditam que poderão evitar problemas caso voluntariamente entreguem seu dinheiro para o governo (ou peçam para que o governo o tribute). Pode ser, mas o fato é que durante a hiperinflação da França nos anos 1790, os ricos que não fugiram foram decapitados. Talvez a França tenha sido um caso extremo, mas a história mostra que sempre que os ricos foram pilhados por políticos populistas, os resultados não foram bonitos. Portanto, não empreste sua retórica e nem dê seu apoio a políticos ou movimentos políticos que defendam o confisco direto da riqueza dos mais ricos. Além de os pobres nunca terem sido beneficiados por tais medidas (algo economicamente impossível), você estará apenas aumentando o número de pobres.

Portanto, sua quarta obrigação para com os pobres é assegurar parte da sua riqueza para as gerações futuras. Dado que você genuinamente quer ajudar os pobres, acumule o máximo possível de ativos, trabalhe bastante e produza muita riqueza durante seu tempo de vida. Ao produzir riqueza, você não apenas estará empregando pessoas e enriquecendo-as também, como estará produzindo para toda a humanidade uma maior quantidade de bens e serviços. É assim que você fará com que as pessoas subam na vida.

Caso prefira o assistencialismo puro, você também tem a opção de distribuir toda a sua riqueza quando se aposentar ou quando morrer. Quanto mais riqueza você produzir, mais você poderá distribuir. Você tem liberdade de escolha. Em vez de folgadamente defender o esbulho da riqueza alheia, crie você próprio a sua riqueza e então a distribua para os pobres — ou, melhor ainda, empregue-os neste processo de criação de riqueza.

Durante este processo, você terá de saber manter seus ativos a salvo do perigo, evitando que sejam confiscados pelo governo ou que simplesmente sejam esbanjados e dissipados. É neste quesito que você terá seus maiores problemas, muito embora várias famílias já tenham demonstrado ser possível manter sua riqueza ao longo de gerações. Sua riqueza provavelmente estará na forma de ativos produtivos que são difíceis de serem movidos de um país para o outro. Isso tornará mais difícil se proteger do governo doméstico, que estará ávido para confiscar sua riqueza quando ele precisar do dinheiro. Conclusão: você terá de diversificar seus ativos ao redor do mundo, de modo que, quando o governo de um país se tornar muito ganancioso (sempre para ajudar os pobres), você terá outra base de operações da qual operar. Isso irá garantir que você se mantenha fiel à sua primeira obrigação para com os pobres. Quem disse que é fácil concorrer com o amor do governo pelos pobres?

Caso continue preferindo ensinar a pescar em vez de dar o peixe, sua quinta e última obrigação para com os pobres é legar em herança sua riqueza para alguém (ou para um grupo de pessoas) que irá dar continuidade ao seu trabalho de fazer deste mundo um lugar melhor para os pobres viverem, com uma maior produtividade e uma mais eficiente alocação de ativos. Esta poderá ser a tarefa mais difícil de todas.

Ser caridoso com a riqueza dos outros é uma delícia. Arregaçar as mangas e produzir por conta própria aquilo que você quer ver distribuído já é um pouco mais trabalhoso. Mas seu amor genuíno aos pobres servirá de estímulo todas as manhãs. Boa sorte!
Hans F. Sennholz (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos. Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou. Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997. Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.


Trailer do filme "300" baseado em estória em quadrinhos de Frank Miller.


O filósofo do martelo na academia


"Eu lamento agora que naqueles dias eu ainda não tinha coragem (ou imodéstia?) para permitir a mim mesmo, de todas as formas, minha própria língua individual..."

Estas palavras são de Friedrich Nietzsche (1844-1900), em tradução livre, do seu "Tentativa de Autocrítica", opúsculo escrito por ele como autocrítica, em 1886, ao seu livro "Nascimento da Tragédia" (primeira edição em 1872). A edição de 1886 ganhou como acréscimo ao título o subtítulo "Helenismo e Pessimismo".

Nietzsche foi minha primeira paixão na faculdade de filosofia da USP. Na época, recém-saído da medicina e em formação para ser psicanalista, o que nunca aconteceu, eu colocava em diálogo Nietzsche e Freud.

O filósofo do martelo me é inesquecível e continuo pensando com o martelo até hoje. Vocação é destino. Este trecho específico carrega em si muito do que Nietzsche significa para um filósofo profissional como eu, em constante mal-estar com o que a vida universitária se transformou, em épocas de produtividade industrial do ensino superior.

A fala de Nietzsche vai de encontro ao modo como somos formados, não sem razão, nas boas faculdades de filosofia: somos formados para não sermos originais. Hoje, entendo que qualquer originalidade possível em filosofia é algo conquistado a duras penas, assim como a santidade ou os movimentos precisos de uma dança --metáfora cara ao filósofo do martelo.

Lembro-me de uma das primeiras aulas em que um dos grandes professores que tive nos disse algo assim: "Você não está aqui para achar nada, antes de achar algo estude, e descobrirá que muita gente já pensou o que você pensa, e muito melhor do que você, antes de você."

Esta dureza acaba por fazer de nós pessoas menos opinativas e mais rigorosas, e isso é sem dúvida fundamental. Esta é a diferença entre pensar filosoficamente e pensar como senso comum. Vale lembrar que do ponto de vista da filosofia, as ciências humanas em geral são senso comum.

Rigor nada tem a ver com o que a academia se tornou com o passar dos anos: um antro de política lobista e de burocracia da produtividade a serviço da morte do pensamento. A universidade está morta e só não sente o cheiro do cadáver quem tem vocação para se alimentar de lixo. Fosse Kafka vivo e escrevesse um conto sobre nós, acadêmicos, nos colocaria com cara de ratos.

Imaginem Nietzsche preenchendo o currículo Lattes, uma plataforma informática que supostamente democratiza o acesso à produtividade da comunidade acadêmica, ao mesmo tempo em que normatiza e quantifica esta produtividade. Na prática, o Lattes serve para nos tomar tempo (sempre dá pau) e acumular platitudes e repetições que visam a quantificação de um quase nada de valor.

Agora imaginem Nietzsche às voltas com relatórios anuais da Capes, que junto com o Lattes, institucionaliza e quantifica esta mesma produtividade de um quase nada de valor.

Não existiria filosofia se nossos patriarcas, de Platão a Nietzsche (para citar dois grandes), tivessem que preencher o Lattes, fazer relatórios Capes ou serem "produtivos". Todos seriam o que, aos poucos, nos transformamos: burocratas mudos da própria irrelevância. Analfabetos do pensamento.

Uma das formas de sobreviver a este processo de produtividade de massa é obrigar nossos alunos a pesquisar aquilo que não querem, de uma forma que não querem, a fim de garantir verbas institucionais de pesquisa em grande escala. Esmagamos a criatividade e as intenções dos alunos fazendo deles uma infantaria estatística. A universidade mente: quer formar rebanhos dizendo que defende a liberdade de pensamento.

Lutamos dia a dia para conseguirmos sobreviver aos montes de formulários e demandas do mundo dos ratos. A universidade aos poucos sucumbe aos efeitos colaterais de um mundo que, como diria Nietzsche, vomita "ideias modernas". Os processos de democratização do saber, como suspeitava nosso filósofo, são processos de produção de nulidades em grandes quantidades.

Mais do que nunca é urgente sermos corajosos e imodestos para acharmos nossa própria língua individual.


Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1180196-o-filosofo-do-martelo-na-academia.shtml